8 de agosto de 2012

Lúdio Cabral pretende substituir modelo energético dos órgãos público


Candidato garantiu que adotará políticas sustentáveis em sua administração

O candidato a prefeito Lúdio Cabral (PT) defendeu nesta quarta (8) a adoção de políticas ambientalmente sustentáveis na administração pública. Entre outras medidas, ele informou que, se eleito, pretende substituir gradativamente o modelo energético nos órgãos públicos municipais e nas vias públicas, investindo, por exemplo, no uso da luz solar como fonte de energia.

Outra medida adotada pelo petista será a reorganização da coleta e destinação do lixo na capital, estruturando a política municipal de resíduos sólidos para o reaproveitamento do lixo orgânico como fonte de energia.

A alternativa foi apontada pelo pesquisador e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Paulo Teixeira, segundo o qual a universidade já possui tecnologia suficiente para utilizar a radiação  de microondas para a geração de energia à partir do lixo orgânico, mas este conhecimento nunca foi aproveitado pelos gestores públicos locais. “É preciso pensar não somente na destinação do lixo, mas na agregação de valor a ele para que deixe de ser um problema. Hoje já temos tecnologia para secar o lixo com economia de energia,um estudo que está em etapa final de desenvolvimento”.

O investimento em urbanização para tornar a cidade mais acolhedora é urgente, apontam os ambientalistas.  Entre as ações necessárias está o plantio de árvores, o aumento da iluminação pública, ampliação de calçadas e investimentos em parques e praças públicas, que tenderá a levar o povo para as ruas, inibindo também a criminalidade.

Outra demanda é o investimento nas construções sustentáveis, dentro dos princípios da bioarquitetura, ação prevista no programa de governo de Lúdio Cabral.  Neste tipo de construção, minimiza-se o uso do ar condicionado e de materiais como o alumínio, além de criar estruturas para reaproveitamento de água, entre outras medidas. “Esta é uma medida muito importante, mas antes será necessário convencer os órgãos de controle como o TCE-MT para, por exemplo, permitir que a Prefeitura privilegie a compra de materiais ambientalmente sustentáveis”, lembrou Teixeira.

Para a ecóloga e professora da UFMT, Kátia Nunes da Cunha, um dos pontos principais da política ambiental deve ser o cuidado com os córregos e demais corpos de água da cidade, dos quais cerca de 60% ainda podem ser recuperados. Ela aponta a necessidade de mapear estes córregos, detectando as áreas irrecuperáveis, as passíveis de recuperação e as que ainda serão afetadas pelo crescimento da cidade. Também falta fiscalização sobre as construções e controle sobre a ocupação do solo, o que expõe a população a moradias inseguras e insalubres. “Cuiabá não respeita o Plano Diretor do Município, não fiscaliza as construtoras. É preciso construir uma política para o meio ambiente”.

Entre as ações do plano de governo de Lúdio Cabral para o meio ambiente está a construção do Plano Municipal de Saneamento Socioambiental, com ênfase na recuperação das
fontes, dos córregos e dos rios Cuiabá e Coxipó com a coleta e tratamento dos esgoto, remoção  do lixo, restauração da calha natural e repovoamento com vegetação ripária nativa, além de cuidados sociais  aos moradores destes locais.

O petista também planeja implantar o Plano Municipal de Arborização e Áreas Livres, criando novas praças, parques e pontos turístico-ecológicos na cidade, cujo uso será instensificado com ações culturais e esportivas para a população.  “Cuiabá precisa voltar a  merecer o título de cidade verde e a maneira mais efetiva de realizar isso é com a adoção de  políticas ambientalmente sustentáveis, promovendo também a participação popular em toda esta discussão”, disse o candidato. 

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