30 de setembro de 2009

Artigo: A audiência da assembleia

Por Gabriel Novis Neves

De um modo geral estas audiências públicas terminam, quase sempre, em blá-blá-blá... São longas e, no final das mesmas já esquecemos até o assunto da discussão.
Essa que participei na quinta feira, comandada pelo Deputado Percival Muniz - que não é de Cuiabá - com o Sindicato dos Médicos foi diferente. Existia um planejamento para que todos os presentes dessem a sua contribuição. Não falou quem não quis.
Começamos a reunião com o depoimento de um jovem colega de trinta e três anos. Emocionante! Com slides projetando imagens mais fortes do que as suas palavras, ele chegou a arrancar lágrimas de indignação da platéia, na maioria de médicos, tão acostumados com os confrontos com a morte!

Não sinto nenhum constrangimento de dizer que chorei. O colega que o sucedeu praticamente fechou o caixão do defunto que é a Saúde em Cuiabá. Relatou apenas a realidade. A triste realidade do dia a dia dos médicos do Pronto Socorro de Cuiabá.
Mais deprimente que os slides projetados, apenas as galerias vazias, pelo temor das represálias. Muitos colegas revoltados ficaram em seus trabalhos. Qualquer exposição seria fatal para o seu raquítico holerite.

O primeiro colega a falar na reunião, só pelo fato de encaminhar comunicação interna (C.I) solicitando providências para o bom atendimento de seu serviço, foi punido sem explicação pelo Alto Comando Autoritário da Saúde e perdeu o seu mensalinho. Hoje, o seu salário é de oitocentos reais por mês para quatro plantões de 24 horas semanais no único Pronto Socorro de Cuiabá e do Estado.

Os Prontos Socorros do interior são estações de triagem de pacientes. Eles vêem para Cuiabá naquelas ambulâncias que são distribuídas com festas e foguetórios na Avenida do CPA.

Todos os médicos presentes na audiência estão na lista negra para a perda do mensalinho. Produziram depoimentos de campo de concentração nazista. Uma das melhores médicas do Programa Saúde da Família (PSF) teve um problema de saúde. Com esse salário de Tegucigalpa, ela não possui um plano de saúde. Foi operada recentemente, com sucesso, pelos seus colegas do Pronto Socorro. Está curada. Durante a sua enfermidade, perdeu o seu mensalinho.

O pior é a utilização da mídia com informes publicitários caríssimos, mentindo e denegrindo a já fragilizada classe dos médicos. E quem paga isso somos nós, através dos impostos aviltantes. O Governo deixa de arrumar o RX do Pronto Socorro, de abastecer os Programas de Saúde da Família com medicamentos básicos, de melhorar as condições de trabalho dos médicos para iludir a população que não acredita nos tais informes, pois sentem o desleixo na própria carne.

É uma forma de atingir os formadores de opinião. A audiência não foi para resolver o que foi destruído pela incompetência acumulada dos nossos sábios e éticos gestores. A morte do Pronto Socorro foi anunciada para o dia primeiro de outubro.

A audiência parecia mais um preparo para o Funeral da Saúde. Os deputados estaduais cuiabanos, os vereadores de Cuiabá, com exceção do vereador médico, os secretários da saúde do Estado e do Município de Cuiabá não compareceram à discussão.

Foi necessário um deputado de Rondonópolis marcar esta audiência para, através de uma Comissão, chegar ao Senhor Governador e Prefeito e resolver esta desumanidade que é a crise da Saúde em Cuiabá e em Mato Grosso.
Rezemos para que de certo.

Gabriel Novis Neves é médico em Cuiabá

29 de setembro de 2009

Lúdio requer detalhamento de despesa com publicidade

O vereador Lúdio Cabral (PT) requereu na sessão desta terça-feira da prefeitura de Cuiabá documentos que comprovem a publicação do detalhamento dos gastos do município com publicidade de janeiro a agosto de 2009. Segundo o Relatório Resumido de Execução Orçamentária do 4º Bimestre, a prefeitura já gastou com publicidade 4milhoes 449 mil reais. O valor é 3 vezes mais do que o previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA/2009) que era de 1 milhão 220 mil e foi ampliado por meio de decreto do prefeito. ( ver matéria abaixo).
O requerimento tem como base a Constituição do Município (Lei orgânica) que obriga a prefeitura a divulgar a cada trimestre relatórios completos de gastos com publicidade. O descumprimento da lei já é objeto de denúncia no Ministério Público Estadual durante a gestão passada.

25 de setembro de 2009

Orçamento 2009:Prefeitura já gastou com publicidade 270% a mais que o orçamento para o ano todo, aponta relatório

Em oito meses, a Prefeitura Municipal de Cuiabá gastou com publicidade 4 milhões e 459 mil reais. 270% a mais que os recursos aprovados pela Lei Orçamentária Anual (LOA 2009) para o ano inteiro que era de R$ 1 milhão 221 mil reais. Os dados estão no relatório de execução orçamentária do município referente ao 2º quadrimestre de 2009 que será debatido na Câmara Municipal em audiência pública na próxima segunda-feira, às 9 horas da manhã.


Fonte: Relatório Resumido de Execução Orçamentária – RREO, referente ao 4º Bimestre de 2009

O alarmante crescimento no orçamento com publicidade foi deflagrado por meio de decreto do prefeito Wilson Santos. Segundo balanço realizado pelo vereador Lúdio Cabral (PT) nos relatórios apresentados pela prefeitura, já no primeiro bimestre deste ano, nos meses de janeiro e fevereiro, a prefeitura empenhou com publicidade 100% do orçamento aprovado para o ano todo na lei orçamentária anual. Nos meses de março a abril o prefeito elevou por decreto o orçamento de publicidade ampliando o valor em mais 1 milhão de reais chegando a 2 milhões 221 mil reais. Deste valor a prefeitura liquidou 995 mil e empenhou 1 milhão e 221 mil com despesas no setor.
Em maio e junho o prefeito aumentou novamente, por conta própria, o orçamento para publicidade chegando a 3 milhões 585 mil reais. O gasto com publicidade atingiu 3 milhões 584 mil.

O último relatório bimestral de execução orçamentária referente aos meses de julho e agosto de 2009 aponta o ápice da linha ascendente de orçamento e gasto com publicidade em Cuiabá este ano. De acordo com o relatório a dotação inicial de 1 milhão 221 mil reais foi atualizada em 4 milhões 460 mil pelo prefeito. Deste valor a prefeitura gastou até o bimestre 4 milhões 459 mil, sendo liquidada 98,34% do total.

“ Mesmo com um discurso de crise econômica, e a cidade enfrentando um caos na saúde pública e em outros setores essenciais, a prefeitura multiplicou em mais de 3 vezes o valor do orçamento para publicidade na capital. Todo o recurso já foi gasto, resta apenas mil reais para o setor. Será que o prefeito vai elevar de novo o orçamento para propaganda? Outro questionamento grave é de que forma está sendo gasto esse dinheiro, em quais campanhas e com que finalidade?“ , questiona Lúdio.

Segundo o vereador a prefeitura descumpre a Constituição do Município ao não publicar os relatórios detalhados dos gastos com publicidade. De acordo com artigo 65 da Lei Orgânica do Município a publicação tem que ser feita a cada três meses, esclarecendo, onde, como e com o que são gastos os valores. Na sessão da próxima terça-feira na Câmara Lúdio apresenta requerimento cobrando da prefeitura a prestação de contas do detalhamento dos gastos com publicidade.

O descumprimento da lei e a omissão dos dados por parte da prefeitura é reincidente e já foi objeto de denúncia no Ministério Público Estadual protocolada pelo vereador desde o ano passado.

24 de setembro de 2009

Por Dignidade: Vídeo mostra drama vivenciado na saúde de Cuiabá

O drama enfrentado pelos usuários do SUS e trabalhadores da saúde pública em Cuiabá é retratado em vídeo postado na rede mundial de computadores, no Youtube. Pacientes amontoados no chão dos corredores do Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá em condições desumanas de atendimento. Imagens chocantes que reproduz o cotidiano de quem vivencia a saúde pública municipal.

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22 de setembro de 2009

SUS oferece bolsas de estudo para estudantes, professores e profissionais de saúde

Alunos de graduação, professores e profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) poderão receber bolsas com o objetivo de fomentar pesquisas no âmbito das atividades realizadas no campo da assistência oferecida aos usuários ESF. Essa é a proposta do Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Saúde), desenvolvido pelo Ministério da Saúde, que abriu as inscrições para novos projetos. A Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde publicou no Diário Oficial da União, o Edital PET-Saúde nº 18, que abre a seleção de projetos para os anos de 2010 e 2011. O período para apresentação de propostas vai até 15 de janeiro de 2010.

Poderão participar do processo de seleção as Instituições de Educação Superior (IES) públicas ou privadas sem fins lucrativos, em parceria com Secretarias Municipais de Saúde. Os projetos deverão contemplar os cursos de graduação da área da saúde, conforme Resolução CNS nº 287, de 08 de outubro de 1998, incluindo, necessariamente, o curso de medicina.

Os selecionados pelo PET-Saúde receberão bolsas tendo como referência os valores pagos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Atualmente, o valor para as bolsas dos profissionais de ensino (Tutor Acadêmico e de Preceptor) é de R$ 1.045,89. Já a bolsa de incentivo para os estudantes é de R$ 300,00, correspondente ao montante da bolsa de iniciação científica. Outras informações sobre edital e processo seletivo estão disponíveis site do PET-Saúde.

O PET-Saúde foi instituído a partir de uma portaria conjunta dos Ministérios da Saúde e Educação e tem o objetivo de ampliar o diálogo entre as diversas instituições de ensino e órgãos governamentais envolvidos na atenção básica. O Programa serve como instrumento para qualificação em serviço dos profissionais da saúde, além de incentivar os estudantes na iniciação do trabalho, vivência, estágios e desenvolvimento de pesquisas a partir das necessidades dos serviços de saúde.

Fonte: Ministério da Saúde

17 de setembro de 2009

Lúdio denuncia prefeitura por falta de atendimento médico nas unidades de PSFs

O vereador Lúdio Cabral (PT) protocolou na tarde desta quinta-feira (17.09) nas promotorias de Infância e Adolescência e de Defesa da Cidadania do Ministério Público Estadual, denuncia contra a Prefeitura Municipal de Cuiabá por omissão na oferta de atendimento médico em 14 unidades do Programa de Saúde da Família, PSF, na capital que, há meses, estão sem médicos lotados nas equipes.

Segundo a denuncia que será encaminhada também ao Ministério da Saúde, o número chega a 21 unidades, das 63 instaladas na capital, sem atendimento médico contabilizando os casos em que os profissionais encontram-se gozando de direito trabalhistas como licença-maternidade. Ao todo o problema atinge diretamente mais de 94 mil pessoas dos bairros cobertos pelas unidades do PSF.

“ A cobertura teórica do Programa de Saúde da Família de Cuiabá é de 38%, o que já é muito baixa. E para agravar a situação na prática um terço desta já pequena cobertura funciona sem a oferta dos serviços de atendimento médico”, avalia Lúdio.

Entre as unidades que estão há meses sem atendimento médico no PSF estão residencial Coxipó I, Parque Atalaia I e II, Jardim Liberdade, Industriário I, Industriário II, Pedra 90 II e IV, Lixeira, Praeiro, Santa Izabel II, Santa Amália, Novo Colorado II, João Bosco Pinheiro, Ouro Fino e Rio dos Peixes.

“ Independentemente do movimento médico de paralisação que está ocorrendo agora estas unidades já funcionavam sem atendimento médico por que a prefeitura não assegurou a lotação de profissionais para garantir o serviço”, enfatiza o vereador.

Na denuncia o vereador argumenta que a prefeitura requereu a justiça, durante a paralisação dos médicos, a manutenção de 60% da escala dos trabalhadores e ganhou liminar fundamentada no direito de acesso da população aos serviços médicos, incluindo previsão de multa no caso de descumprimento deste direito. “ Diante disso, como fica a omissão da prefeitura em não manter médicos nas unidades dos PSF, há meses descobertas? Não deveria a prefeitura também receber o mesmo tratamento por não assegurar a manutenção e funcionamento de atendimento médico no cotidiano das unidades?”, questiona o vereador.

Recursos

Como incentivo para o funcionamento dos serviços nos PSFs o Ministério da Saúde transfere mensalmente para Cuiabá 700 mil reais. Ao todo o município recebe da União 11 milhões de reais por mês para ser aplicado no atendimento à saúde em Cuiabá, conforme dados do Portal Datasus.

16 de setembro de 2009

Artigo: APESAR DE VOCÊ



Todo esse descaso. Toda essa falta de argumentos. Toda essa falta de vergonha. Toda essa triste cena que se desenrola a nossa frente só me dão uma certeza: realmente passou-se da hora de termos levantado nossa voz e realizado algo definitivo e efetivo. Estamos dando a cara à tapa. Parte da sociedade, desinformada ou não, procura olhar para os nossos problemas (que de fato existem), mas tampam os olhos para a realidade que urge à sua frente. Não nos enganemos: alguns tampam os olhos, mas muitos ainda têm os olhos tampados, AINDA.

Sei que tiraremos as amarras dessas pessoas ao confrontá-las com a realidade que nós, trabalhando na rede pública, assistimos todos os dias.

O que você sente ao chegar ao seu ambiente de trabalho para uma jornada de plantão e deparar-se com essa imagem dantesca, vista apenas em períodos de epidemias e guerras civis, que viraram as salas de emergências do Pronto Socorro Municipal de Cuiabá?

O que você sente ao inalar o azedume de sangue misturado à total falta de condições de salubridade que estamos submetidos, e saber que ali vai enterrar mais 12h de seu dia?

O que você sente ao encarar o rosto das pessoas que ali chegam e se amontoam em frente a você esperando liberar uma maca para serem atendidas? Que lhe olham como se VOCÊ fosse o único e exclusivo culpado por tudo isso? Ou você já procura nem mais olhar para cara dessas pessoas afim de evitar os olhares de indignação!?

O que você sente quando lhe falta o antibiótico de escolha a ser prescrito ou quando sabe que o paciente da reanimação vai morrer porque passará noites e dias ali, sem conseguir transferência a uma UTI para tratamento adequado?

E o que você sente quando os familiares dessas pessoas (para aqueles que têm a sorte de ter um familiar mais orientado que zele por elas) chegam até você com uma ordem judicial para que você arrume um jeito de transferi-lo afinal o problema dele estar ali é SEU ?

O que você sente quando o que era pra ser a sala de re-animação virou uma unidade semi-intensiva (bem “semi” mesmo), e a sala de trauma um depósito de pacientes em macas duras sem enfermaria com leitos descentes para serem transferidos?

O que você sente quando tropeça em um acompanhante debruçado sobre o seu parente, ali internado no corredor, sim INTERNADO NO CORREDOR, com número do prontuário e tudo mais, e que te olha como que dissesse: “você não vai fazer alguma coisa? Vai nos deixar ficar aqui assim?”.

O que sente quando, desviando, sim DESVIANDO desses montes de pacientes em meio ao corredor chega até a sala dos médicos, pequena, abafada e saturada por um ar condicionado que espirra sobre nós tudo que é porcaria, mas inalamos alegres porque ali dentro, perto do que está logo ali fora, é um verdadeiro oásis?

E quando ali entras, essas pessoas cá fora te olham, de suas macas duras por entre o corredor, e certamente pensam: “aonde vai esse médico ? Vai comer? Vai sentar? Vai urinar? Vai beber água enquanto eu sofro aqui?” Sim colegas, certo dia já ouvi: “olha ali aqueles médicos bebendo água enquanto está lotado aqui fora”...é, aproveite, beber água, comer, urinar, é um direito que ainda lhe resta; e dê-se por satisfeito, porque defecar é um ato de extrema coragem, afinal, quem se senta naquele vaso “limpinho” da sala dos médicos ou do quarto de repouso? Fico pensando... coitadas das mulheres, a incidência de infecção do trato urinário das colegas deve estar aumentando de tanto que elas devem estar segurando para não urinar. E nem tente correr até sua casa para fazer um desses atos libidinosos! O cadeadão e o segurança “feitor” estão lá fora à sua espreita.

Mas sei que alguns se aventuram ainda à defecar por lá, afinal, sempre ficam as provas pois a descarga não funciona. Difícil é pensar mesmo na água, talvez direito até tenhamos (AINDA) de bebê-la na nossa confortável sala dos médicos, mas se nos for contar pelas condições de higiene do bebedouro que ali usamos, o que também nos falta para degustá-la é coragem. O jeito é pagar um refrigerante para a enfermagem, aproveitar e beber uns goles. Mas o quê!!!!! “Olhe lá aqueles médicos porcarias de novo, agora tomando coca-cola” – ou vão dizer que essa frase nunca ouviram?

Será que esses lembretes trouxeram a memória de vocês algum tipo de lembrança? Será que os estudantes que aqui lerem, sim, esses mesmos estudantes que lá freqüentam sedentos por aprender e que há poucas semanas atrás tiveram seu direito de ir e vir na unidade tolhido pelo fato de alguém achar que não é justo que suas faculdades “comam o filé e não queiram roer o osso” (o filé é a excelente condição de ensino e ambiente salutar de aprendizado gentilmente “cedido” pelos gestores da secretaria municipal de saúde de Cuiabá) - sim vocês! Será que já mesmo antes de se formarem ganham uma visão deturpada da medicina e acham comum, normal trabalhar em um ambiente assim? Pois é hora de todos estarmos juntos. É hora de acabar com a falta de respeito contra nós mesmos, porque aceitar o que até hoje estivemos aceitando é desrespeitar a nós mesmos.

Mas é interessante. Há colegas médicos, na gestão, que não concordam conosco. Que não enxergam o mesmo que vemos. Que acham inclusive que quatro cirurgiões no box de emergência é muita coisa! Dois ali ou estourando três já tocam bem o serviço. É... tocam. Estranho. Há alguns anos atrás eu via por ali alguns desses mesmos, reclamando das péssimas condições. Reclamando do fluxo e dos pacientes ambulatoriais que lotavam as salas de urgência (e olha que esses tais só lá apareciam na hora do parecer) e hoje estão por cima. Cheios de razões. Cheios de ordens. Que tristeza.

Mais tristeza? Pois bem: “Vocês não tem o direito de interferir na minha gestão”, “Aqui quem manda sou eu”, “Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira”. Será que preciso dar nome aos bois? Interessante como o conceito de DIREITO se modifica quando se está de um lado diferente. E enquanto isso, o cadeadão está lá no portão do cadeião, à partir das 22h, junto do “feitor” da segurança para ficar de olho nos médicos que quiserem tentar colocar o nariz pra fora. E olhe bem! Se você for tachado de “médico fujão” será eternamente perseguido pelos bedéis do plantão administrativo. “Que pacientes no corredor que nada, o negócio é controlar freqüência e hora que esses médicos sem vergonha batem o ponto ... e cuide você heim !!!!! Ou cortamos seu mensalinho !!!!!”

É... no que nos transformamos? A CULPA É NOSSA: foi exatamente no que nos deixamos transformar. Respeito por toda uma carreira? Anos e anos de contribuição ao eficientíssimo sistema de saúde? Respeito pelos anos de estudos, residência médica, uma, duas, três (!!!!!!), pós-graduações, mestrado, doutorado???? Largue de bobeira!!!! Que respeito que nada “os médicos deviam estar é satisfeitos, nos últimos 4 anos a saúde de Cuiabá melhorou muito”.

Maquiavel é que estava certo... “o poder corrompe”.
Mas quero acreditar... APESAR DE VOCÊs AMANHÃ HÁ DE SER, OUTRO DIA.

Alberto Bicudo Salomão
http://twitter.com/alberto_bicudo

11 de setembro de 2009

Estatuto da Igualdade Racial assegura direitos e gera oportunidades


Imagem: Dona Helena Leite - Moradora do bairro Pedra 90/Cuiabá


Garantir direitos fundamentais à população negra brasileira com medidas a serem adotadas pelo governo federal nas áreas de saúde, educação, trabalho, direitos humanos e direito à terra. Isto é o que prevê o Estatuto da Igualdade Racial aprovado por aclamação esta semana na comissão especial da Câmara. Entre outros itens, o texto aprovado assegura o sistema de cotas na educação.

O Estatuto inclui no currículo escolar das escolas públicas e privadas de ensino fundamental e médio a obrigatoriedade do estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil. Prevê ainda que os quilombolas que estejam ocupando suas terras tenham o reconhecimento da propriedade definitiva com a titulação.

Integrantes de diversos movimentos negros acompanharam a votação e comemoraram a aprovação do Estatuto. O presidente da comissão especial que debateu o tema, deputado Carlos Santana (PT-RJ), afirmou que a vitória foi resultado de um longo processo de discussão na busca de um consenso entre os partidos. "Esse texto é um avanço. É a reparação de mais de 300 anos de escravidão com o estabelecimento de critérios para o combate à discriminação racial de cidadãos afro-brasileiros", disse Santana.

O mais importante, na opinião do deputado Luiz Alberto (PT-BA), é que com esse instrumento o Brasil passa a reconhecer a dívida social com a população negra. O deputado Vicentinho (PT-SP) classificou o momento de "histórico". "O Estatuto determina mecanismos e critérios para que o nosso povo excluído tenha oportunidades e nunca mais seja discriminado pela cor da pele", disse o parlamentar petista.

O senador Paulo Paim (PT-RS), autor da proposta, o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos e a Secretária Nacional de Combate ao Racismo, Cida Abreu, também acompanharam a votação no plenário da comissão.

Como os parlamentares do DEM afirmaram que não vão apresentar recurso para que o texto seja votado pelo Plenário, a proposta será encaminhada diretamente ao Senado e a expectativa é que possa ser aprovada até o dia 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.

Agência Informes
Foto: Edna Pedro

Prestação de Contas: Verba Indenizatória agosto/2009

8 de setembro de 2009

Lúdio requer audiência pública para debater situação da saúde na capital

Na sessão desta terça-feira (08.09) na Câmara Municipal de Cuiabá, o vereador Lúdio Cabral (PT) requereu a realização de audiência pública para tratar sobre a atual situação do Sistema Municipal de Saúde da capital. O objetivo é fomentar o debate entre a gestão pública do município, trabalhadores da saúde e a população usuária do SUS no levantamento de soluções para a caótica situação do sistema municipal de saúde que resultou, na última semana, no movimento de demissão coletiva de médicos e paralisação dos serviços de saúde na capital.

A audiência pública deverá envolver além dos responsáveis pela gestão pública da saúde no município, os órgãos de controle social da saúde como os Conselhos Gestores das Unidades de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, Ministério Público Estadual, e as entidades representativas dos trabalhadores da saúde no município.

Entre as entidades listadas estão o Sindicatos dos Médicos, Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Sindicato dos Odontólogos, Associação dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate à Endemias e outros órgãos representativos de categorias como Conselhos Regionais de Serviço Social, de Psicologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

Durante tribuna livre na Câmara a população trabalhadora e usuária do SUS, representada pelos membros dos Conselhos Gestores das Unidades de Saúde dos bairros Novo Paraíso e Novo Mato Grosso, solicitou o empenho de todos os vereadores para a aprovação do requerimento e realização da audiência. Também participaram do movimento os membros dos conselhos gestores das unidades de saúde do Osmar Cabral, Comunidade Rio dos Peixes e Aguaçu.

Conselhos gestores requerem solução urgente para drama da saúde

Representantes dos Conselhos Gestores das Unidades de Saúde do Novo Mato Grosso, Edivaldo Magalhães, e do Novo paraíso, Carmem Félix, utilizaram nesta terça-feira (08.09) a tribuna livre da Câmara para requerer providências ao poder público municipal no sentido de solucionar o caos vivenciado no sistema municipal de saúde. Para eles os problemas são ocasionados principalmente pelo mau gerenciamento da secretaria de saúde e pela falta de condições de trabalho nas unidades.

“ Nós sabemos que o caos é ocasionado pela falta de condições de trabalho. Se as pessoas tiverem condições de trabalho, isso será refletido na qualidade do serviço oferecido a população. E é isso que cobramos da secretaria de saúde.” afirma o presidente do Conselho Gestor do PSF do Novo Mato Grosso que destacou a responsabilidade do poder público municipal em resolver urgentemente o problema .
“Agora o que não tem cabimento é transferir a responsabilidade do atendimento de nossos doentes para o Pronto Socorro de Varzea Grande , como vimos na imprensa esses dias. ”, completa Edivaldo.

A representante do Conselho Gestor da Unidade do Novo Paraíso cobrou respostas da prefeitura sobre os conflitos estabelecidos entre o secretário de saúde e os trabalhadores médicos. Para Carmem a população não pode sofrer com incapacidade de gerenciamento dos problemas na saúde.

“ Nós já estamos cansado de ver esta situação. O gestor é que tem que fazer o controle , organizar o serviço, fazer valer sua obrigação. Se o secretário de saúde não está sendo capaz de resolver o problema ele que saia. A população é que não pode ser prejudicada”, defende.

Reforçaram o movimento os presidentes dos conselhos Gestores das unidades de saúde do Osmar Cabral, da Comunidade Rio dos Peixes e Aguaçu. Eles reivindicaram dos vereadores a mobilização de todos para aprovação de requerimento de audiência pública, apresentado pelo vereador Lúdio Cabral, com o objetivo de debater soluções para atual situação do sistema municipal de saúde. Os conselheiros manifestaram preocupação com os agravamentos decorrentes do movimento de demissão coletiva dos médicos e paralisação do atendimento iniciada nesta segunda –feira (07.09).

4 de setembro de 2009

Sindimed divulga comunicado à população

O SINDICATO DOS MÉDICOS DE MATO GROSSO, SINDIMED-MT E ASSOCIAÇÃO MÉDICA DE MATO GROSSO, AM-MT INFORMAM, QUE A PARTIR DO DIA 07.09.2009, OS MÉDICOS ESTARÃO COM AS SUAS ATIVIDADES PARALISADAS, MANTENDO APENAS OS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA CONFORME DETERMINA LEI 7.783/89.

DIANTE DA SITUAÇÃO CAÓTICA QUE SE ENCONTRA A SAÚDE PÚBLICA EM CUIABÁ POR OMISSÃO DOS GESTORES EM CORRIGIR AS DEFICIÊNCIAS, OS MÉDICOS CIRURGIÕES, PEDIATRAS E CLÍNICOS DO PRONTO SOCORRO DE CUIABÁ, E ALGUMAS UNIDADES DE SAÚDE, PEDIRAM DEMISSÃO E EM CONSIDERAÇÃO A POPULAÇÃO, ESTÃO ATENDENDO (COMO DOAÇÃO) SOMENTE CASOS COM RISCO IMINENTE DE MORTE NO PRONTO SOCORRO MUNICIPAL DE CUIABÁ, EM CUMPRIMENTO AO NOSSO CÓDIGO DE ÉTICA.

AGRADECEMOS A COMPREENSÃO DE TODOS.

POR SAÚDE E DIGNIDADE

Edna Pedro

Os trabalhadores médicos do Sistema Único de Saúde de Cuiabá definiram em mobilização coletiva manter os instrumentos reivindicatórios e de tensionamento exigindo do prefeito municipal "um basta" para situação desumana de trabalho e para o quadro de incapacidade administrativa que leva ao caos à saúde pública de Cuiabá.

A manutenção do movimento permanente de demissão coletiva iniciado na terça-feira(01.09)com o pedido de demissão de 23 dos 27 médicos cirurgiões do Hospital e Pronto Socorro Municipal(HPSMC) e prosseguido com o pedido de demissão de 80% dos pediatras do HPSMC entregue nesta quinta-feira 03.09 ao prefeito de Cuiabá com assinaturas de mais 44 profissionais tem, para além das legÍtimas reivindicações trabalhistas, um apelo por DIGNIDADE que deve ter ressonância em qualquer mortal que nutra algum sentido de humanidade.


As imagens abaixo retratam fragmentos do drama cotidiano da saúde em Cuiabá.








2 de setembro de 2009

Ministro das Cidades anuncia PAC da Mobilidade Urbana

Durante a 1ª Conferência das Cidades que teve início nesta terça-feira (1º) em Brasília O ministro das Cidades, Márcio Fortes, anunciou que o governo federal vai lançar o PAC da Mobilidade, uma variante do Programa de Aceleração do Crescimento voltada para a mobilidade urbana, a exemplo dos PACs da habitação e infraestrutura, já em andamento.

Segundo o ministro, o programa ainda está em discussão dentro do governo e terá como gancho as obras para a Copa do Mundo de Futebol 2014 e, possivelmente, as futuras Olimpíadas a se realizarem no Brasil, caso o País seja aprovado pelo Comitê Olímpico Internacional.

"O país, antes do PAC [o original], não tinha a tradição de um programa de desenvolvimento organizado e planejado. Isso dificulta um pouco o trabalho, porque é preciso equipes técnicas", afirmou o ministro, que também disse que o governo federal precisa das prefeituras e governos estaduais para esse trabalho. "Isso sem falar que todas as ações passam por uma série de instâncias, como o Tribunal de Contas da União (TCU)." (Da Agência Câmara)