11 de novembro de 2010

Mais do mesmo!

Francisco Galindo repete Wilson Santos.

Lembrando Marx, “a história se repete, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”.

A administração Wilson Santos foi tragédia. Seguindo o caminho do antecessor, a gestão Galindo se apresenta como farsa, aprofundando maldades.

É o que nos mostram as medidas recentes do governo do ex-vice-quase-prefeito que aprofunda as maldades de uma mesmíssima pseudo-modelo de administração.

Há algumas semanas, através do seu líder na câmara de vereadores, vem a público ameaçar a extinção do passe livre estudantil e a privatização da Sanecap, com o mesmo cinismo do seu antecessor, que só não levou a cabo tais propostas graças a uma forte resistência popular.

Na semana que comemora o dia do servidor público, o ex-vice-atual-prefeito anuncia a demissão de 1.000 trabalhadores do município contratados como prestadores de serviço, especialmente nas áreas de saúde e assistência social. Ao lado disso, a suposta extinção de 100 cargos comissionados de confiança ao mesmo tempo em que envia para a câmara municipal projeto que cria em torno de 20 novos cargos de “assessores especiais” de confiança e conta com a aprovação submissa da quase totalidade dos vereadores.

É a velha e maldosa regra: dá-lhe demissão de trabalhadores contratados precariamente, que praticamente já não têm direitos assegurados e vivem submetidos a um cotidiano de assédio moral permanente, em serviços de saúde e centros de assistência social.

Quem merece demissão são as centenas de apadrinhados políticos do prefeito e dos seus candidatos a deputado nas eleições deste ano, contratados e admitidos pela porta dos fundos, e não trabalhadores que pelejam e se dedicam ao município, há anos submetidos a formas precárias de contratação porque a administração se nega, por exemplo, a cumprir a nossa lei que obriga a realização de concursos públicos anuais na saúde.

Para essa administração municipal, com os apadrinhados ninguém mexe, já os coitados sem padrinho, um abraço e até nunca mais.

A mais recente maldade: na última sessão do mês de outubro, véspera de um feriado prolongado, o ex-vice-atual-prefeito envia para a câmara projeto de lei que aumenta o IPTU em mais de 200%, isso mesmo, em mais de 200% e, pasmem, consegue a sua aprovação em regime de urgência no mesmo dia, a toque de caixa, com a aprovação da maioria mais que absoluta dos vereadores, apenas com o meu voto contrário.

Pra quem se recorda, é a tragédia de 2005, quando Wilson Santos fez a mesma coisa com o IPTU, repetida cinco anos depois por Francisco Galindo, infelizmente, com a mesmíssima submissão do parlamento municipal.

Eles só se esqueceram que em 2005 a população resistiu e, com um projeto de lei de iniciativa popular assinado por mais de 22.000 pessoas, conseguimos reverter o aumento.

Vem mais resistência por ai. Podem esperar!

E enquanto isso: o lixo toma conta da cidade esburacada, de trânsito entupido e sem água.


* Lúdio Cabral, 39, é médico sanitarista e vereador pelo Partido dos Trabalhadores em Cuiabá.

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