11 de março de 2011

Trabalhadores da Saúde se mobilizam pelos seus direitos


No dia 10/03/2011,a Assembléia dos Trabalhadores da Saúde do Estado de Mato Grosso se posiciona em defesa do Sus,contra a privatização da Saúde através das OSs, por concursos públicos e pela aplicação do novo PCCS e em apoio à greve dos médicos.

SAÚDE EM RISCO

Servidores vão parar e seguem classe médica
(Amanda Alves)

Os cerca de 5 mil servidores da Secretaria de Estado da Saúde (SES) definiram estado de greve no mesmo dia em que os 495 médicos do Estado, que atendem nos 4 hospitais regionais, cruzaram os braços. Os profissionais são contra o novo projeto de contratação de Organizações Sociais, apresentado pelo secretário Pedro Henry, e lutam por Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) e concurso público.


A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e Meio Ambiente (Sisma), Aparecida Silva Rodrigues, diz que irá formular o comunicado sobre o estado de greve ao Estado em até 72 horas e, depois, a categoria inicia a greve. Todo o serviço administrativo e técnico na sede da SES em Cuiabá, secretarias e escritórios regionais serão paralisados, segundo Aparecida. "Só vamos manter os serviços de urgência e emergência".

Médicos - A greve dos médicos já afeta 70% do atendimento médico ambulatorial e cirúrgico nos 4 hospitais regionais, que são referência para a população do interior que precisa do Sistema Único de Saúde (SUS). Os serviços de urgência e emergência, segundo o Sindicato dos Médicos do Estado do Mato Grosso (Sindimed), serão mantidos. O presidente do Sindimed, Edinaldo Lemos, diz que desde outubro de 2010 a categoria solicita a implementação do PCCV e a realização de concurso público, mas não teve retorno.

Edinaldo afirma que o prazo era que até dezembro o PCCV fosse colocado em prática e beneficiasse a classe na progressão da carreira com incrementos salariais e a consequente "fidelização" dos profissionais, evitando a alta rotatividade. No entanto, diz que a nova política adotada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) vai na contramão dos interesses da classe e da população.
A gestão por Organizações Sociais, como pretende o secretário, exclui as possibilidades de concurso público e causa receio entre os médicos. Edinaldo diz que 50% dos médicos são contratados e o restante é concursado. Entre os contratados, a inserção da gestão por OS faria com que fossem novamente contratados por meio de empresas, mas no caso dos concursados, criaria insegurança.

Segundo Edinaldo, o "objetivo é chamar a atenção da população para a nova gestão, que não irá resolver os problemas da saúde". Afirma que o argumento do secretário, de que os custos diminuiriam, não procede. Edinaldo diz que as Organizações Sociais não têm as contas auditadas pelo Tribunal de Contas e, por isso, as chances de corrupção aumentam. Lembra de contratações que resultaram em escândalo, como a operação Hygeia que prendeu presidentes de 2 empresas de terceiro setor. Conforme ele, levantamento da Controladoria Geral da União apontou desvio de R$ 52 milhões de serviços da saúde indígena.

Nenhum comentário: