3 de outubro de 2012

Saneamento Lúdio diz que vai priorizar áreas mais carentes e fará diagnóstico do setor




O candidato a prefeito Lúdio Cabral (PT) afirmou nesta terça (2) que, se eleito, vai priorizar as áreas mais carentes da cidade e a população mais vulnerável na hora de investir em saneamento básico. Segundo ele, 55 mil pessoas vivem em situação análoga às favelas em Cuiabá e esta será a população a ser primeiro atendida. As ações de saneamento e pavimentação serão feitas ainda no primeiro ano de mandato, garante o petista.

Ele esteve reunido na tarde desta terça (2) com engenheiros sanitaristas e engenheiros civis que atuam na área de saneamento, além de empreiteiros, médicos sanitaristas e servidores públicos ligados ao setor.


Lúdio garantiu que uma das primeiras ações de seu mandato será fazer um diagnóstico da situação da cidade em termos de saneamento básico, com a participação de pesquisadores, estudiosos, ambientalistas, engenheiros sanitaristas e outros profissionais ligados à área para traçar um diagnóstico do setor em conjunto com a população. “Isso vai servir para detalhar em um plano o que está no programa de governo como diretriz. Vamos discutir por exemplo, sobre o contrato de prestação de serviço em coleta de lixo”, disse o petista.

Lúdio avaliou os problemas de saneamento de Cuiabá como o maior sinal do crescimento desordenado da cidade nos últimos 40 anos. Hoje, 70% da cidade não tem esgoto tratado e o abastecimento de água é irregular em muitos bairros, grande parte dos córregos está tomada pelo esgoto e o aterro sanitário já teve sua capacidade esgotada. A rediscussão do plano de gerenciamento de resíduos sólidos é uma das propostas do petista.

Concessão

Lúdio voltou a frisar sua determinação em revogar o contrato com a CAB Ambiental, empresa privada que hoje é responsável pela gestão do saneamento básico em Cuiabá. Ele informou que, se eleito, reunirá instituições como o Ministério Público, representantes do poder judiciário, a concessionária e toda a sociedade civil para debater sobre o melhor caminho a tomar para reverter a concessão. Entre as alternativas mais viáveis está o envio de lei à Câmara Municipal determinando a retomada dos serviços com base no interesse público.

Outra alternativa que será estudada por Lúdio para retomar os serviços de saneamento é a caducidade do contrato, que pode ser comprovada mediante o não cumprimento de prazos e metas.

Para alavancar recursos para o setor, Lúdio pretende acessar programas do governo federal e realizar parcerias com outras agências de saneamento públicas em busca de know how para resolver o problema em Cuiabá.

O petista quer ainda rediscutir plano municipal de saneamento, buscando incluir nas ações os 15 mil moradores do campo, que não têm acesso aos serviços.

Feito isso, o petista se comprometeu a universalizar o abastecimento de água em um ano e em quatro anos, ter 80% da cidade servida com tratamento de esgoto. Outra proposta é desenvolver ações em saneamento de forma interdisciplinar envolvendo outras pastas, como a de saúde, uma vez que a falta de saneamento básico está diretamente ligada a doenças como as verminoses.

Saneamento e saúde

Professor da disciplina de Saúde Coletiva na UFMT, o engenheiro sanitarista Ricardo Chagas ressalta o investimento em saneamento como uma ação preventiva em saúde. “Ficamos muito preocupados quando vemos a Prefeitura perder recursos como o do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), pois convivemos com a falta de saneamento diariamente. Para nós, sanitaristas, investir em saneamento é investir em vacina. Chega de perder dinheiro do saneamento, R$ 300 milhões não se joga pelo ralo”, disse ele.

Um estudo comparativo feito pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde) constatou que não há grandes melhorias nas áreas onde foi feita a concessão dos serviços à iniciativa privada. Em Mato Grosso, mais de 30 municípios realizaram concessões dos serviços de saneamento, a maioria deles somente do tratamento de água.

De acordo com o superintendente do órgão, Francisco Holanildo Silva Lima, se sob a administração pública há falhas na gestão dos recursos, por outro lado as empresas privadas pecam pela falta de investimentos na ampliação e melhoria dos serviços. Para ele, falta mais acompanhamento e fiscalização por parte das prefeituras. “O saneamento pode gerar receita, temos vários exemplos em Mato Grosso. Até porque, investindo-se em saneamento, economiza-se em outras áreas, como a saúde”.

Ele lamenta enfrentar dificuldades de estabelecer parceria com a administração municipal, já que entende que a capital deveria ser referência para o Estado em termos de projetos na área. Desde o início do governo Lula, o órgão já investiu R$ 90 milhões em saneamento em municípios do interior do Estado.

Assessoria de Imprensa - Coligação "Cuiabá, Mato Grosso, Brasil" (PT/PMDB)
Lúdio Cabral 13

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Crédito das Fotos: Paula Souza/Flávio André de Souza


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