A coligação “Amor a Nossa Gente” pedirá à Justiça a cassação dos
registros das candidaturas do senador Pedro Taques e da socialite Adriana
Vandoni, que disputam, respectivamente, o governo de Mato Grosso e uma vaga de
deputada estadual pelo PDT. O pedido terá como fundamento os crimes de abuso de
poder econômico e compra de votos mediante distribuição de comida, bebida e
combustível para eleitores no Distrito Industrial, em Cuiabá, na noite dessa
quarta-feira (17).
O flagrante dos crimes foi feito por assessores jurídicos da coligação
Amor a Nossa Gente e um oficial de Justiça durante cumprimento de mandado de
busca e apreensão pra retirar propaganda irregular em um dos postos de
combustível do empresário Aldo Locatteli, um dos principais apoiadores das
candidaturas de Taques e Vandoni.
Durante busca e apreensão para retirar adesivos em caminhões e na
estrutura do posto Aldo Locatteli, que funcionava como um verdadeiro comitê clandestino
de Taques, o que é proibido por se tratar de bem de uso comum, foi flagrada a distribuição
de comida, bebida, combustível, adesivos, placas e banners para os presentes no
pátio do posto. Na ocasião, o próprio empresário teve que retirar os adesivos
dos caminhões e do posto.
Algumas pessoas que participavam do evento com mais de 200 presentes confirmaram
sem se identificar que a distribuição de bebida, comida, combustível e material
de campanha era comum nas noites de quartas-feiras, o que convencionou-se
chamar entre os funcionários de Aldo Locatteli como “quarta-feira pobre”.
“Em mais de 20 anos que atuo no Direito Eleitoral, me surpreendi com a
dimensão e a diversidade do elevado grau de abusividade, ferindo de morte a legislação,
pois tudo isso envolve compra de votos e abuso econômico, trazendo as pessoas
nas quartas-feiras ao longo do processo eleitoral para fazer essa doação de
comida, bebida e combustível em troca de voto”, afirma José Patrocínio,
coordenador jurídico da coligação Amor a Nossa Gente, que tem o médico da rede
pública Lúdio Cabral (PT) como candidato a governador.
“A própria exploração da marca comercial dos postos de combustível,
utilizando uma frota de mais de 3 mil caminhões que transportam combustível propagando
a candidatura do senador Pedro Taques, representa uma verdadeira afronta aos
princípios da moralidade e igualdade, desequilibrando o pleito eleitoral”,
completa José Patrocínio.
O pedido de cassação de registro será feito nos próximos dias diante da
complexidade do assunto. O crime de compra de votos se verifica com a
distribuição de benefícios a eleitores, punível com multa de 1 mil a 50 mil
UFIR (Unidade Fiscal de Referência) e a cassação do registro ou diploma.
Já o abuso de poder econômico ocorreu com o uso do posto de combustível
como comitê clandestino, além da divulgação de placas e adesivos na frota da
empresa, que, segundo Aldo Locatelli, chega a mais de 3 mil caminhões que
circulam em todo o Estado.
A coligação decidiu recorrer à Justiça em nome da verdade e para
restaurar a igualdade de condições entre os candidatos a governador de Mato Grosso.
Toda a busca e apreensão foi filmada e fotografada e já está em mãos da Justiça
Eleitoral.
Mais informações no site www.ludio.com.br
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