O Rodas da Cidadania parabeniza aos cuiabanos e a todos que aqui vivem pelos 293 anos de Cuiabá.
Amar você virou rotina. Dessas rotinas comuns de espiar você além da janela e do meu quintal. Do céu que vejo amanhecer em tons laranja e da vida que começa em ti em cada manhã.
Amar você gera conflito, porque você mudou tanto.
Antigamente, te amar era tranquilo. Eu podia te abraçar dali da calçada e meus olhos te alcançavam na leveza do vento que batia nas folhas da mangueira que me traziam sombra e aconchego.
Eu não entendo mais teus modos e talvez você me diga que é isso que me encanta. Que é ali que esconde tua beleza. Que teus lugares são feitos para mim, que é em ti que eu me encontro. Encontro-me nas tuas esquinas onde corri, onde brinquei. Nos muros onde rabisquei meus primeiros poemas de amor.
Amar você gera conflito, porque você mudou tanto.
Antigamente, te amar era tranquilo. Eu podia te abraçar dali da calçada e meus olhos te alcançavam na leveza do vento que batia nas folhas da mangueira que me traziam sombra e aconchego.
Eu não entendo mais teus modos e talvez você me diga que é isso que me encanta. Que é ali que esconde tua beleza. Que teus lugares são feitos para mim, que é em ti que eu me encontro. Encontro-me nas tuas esquinas onde corri, onde brinquei. Nos muros onde rabisquei meus primeiros poemas de amor.
Amor que falava de sua cor, do fruto doce que como presente você derramava no meu quintal. Do sol abrasador que me aquecia e que eu insatisfeita, sempre, reclamava.
Eu sempre te amei. Desde quando as tuas ruas se abriram pra mim me envolvendo com as folhagens das palmeiras que te ladeava. E eu, menina, corria solta pela vida em você. E sonhava com você dominando o mundo, senhora de si, com tuas cores redesenhando o amor que eu sentia por ti. Depois teu colorido foi se tornando cinza e tuas possibilidades de cores enfeitavam minha vida.
Me vestia de chita, te vestia de chita. Te cantava nas canções de amor. Te enchia de poesias pelas vielas. Serenava para você nas madrugadas frias. Umedecia nas tardes de calor.
Reclamava, reclamava e ainda assim, longe de ti, queria existir em você.
Reclamava, reclamava e ainda assim, longe de ti, queria existir em você.
Sempre amei caminhar nas tuas rotas, desvendar as teus lugares secretos, comer e beber de ti, na essência pura de tua alma. Eu sei que tudo isto está aqui ainda, mas aquela menina que aprendeu a desvendar o amor que sentia por ti, cresceu. E o amor... esse amor infinito por você cresceu junto comigo, na mesma intensidade do sol que em ti, se torna especial.
Com o tempo, me transformei arrogante pelo simples fato de te possuir, porque te queria a melhor.
Eu andei por aí, e nos becos, descobri que tua força não é mais a ingenuidade de menina. Você cresceu. Tomou proporção de gigante e teu tamanho é efêmero porque ainda guarda a singeleza do teu linguajar, se tornou maior do que podia aguentar e ainda assim permanece intacta na simplicidade.
Já fui pra outros lugares, outros amores... Eu sempre voltei para você, por vezes insatisfeita, mas com aquela sensação única de que só a ti eu poderia chamar de lar. Meu porto seguro.
Ali, entre a ponte que dividia lugares, onde guarda meus desejos mais secretos e que para ninguém descobrir você os levou pra água mansa do rio. Aqui, debaixo de teu ipê florido e nas calçadas onde cresci sentindo aroma doce do cerrado.
Busco justificativas para aquilo que eu sinto, sendo de verdade, o amor.
Ainda me encanta a tua diversidade, os teus mil jeitos e lugares que me acalma.
A mansidão com que me abraça, mas eu odeio a tua falta de regras, a tua desigualdade, a tua falta de respeito, de solidariedade.
Pode ser que eu me engane ao ver nascer uma flor debaixo de tanto concreto, onde as escadarias me leve aos lugares de fé. De tua fé e do acreditar que é possível que você continue a mesma e mude. Que os encantos aconteçam nas manhãs em que vejo pássaros tão variados voando no teu céu cinzento e pense que você ainda é a menina simples que me encantou.
Eu te amo e te odeio, mas não te deixo, porque você sempre coloca em meu caminho uma descoberta que me conduz para lugares lindos, pessoas inesperadas, histórias de contos de fadas e que estampa em tuas praças a esperança.
A esperança do amanhã. Um amanhã novo que se desenha e sem medo de ser feliz eu te abraço. Te abraço e nesse teu renovar de dias eu me derramo de amor pra você.
Enfim, sabe como despertar em mim a cada dia um novo sentimento que me direciona, invariavelmente, a ti, Cuiabá.
Parabéns pelos seus 293 anos, Cuiabá, meu amor.
Mariana Gouveia
goiana,cidadã cuiabana desde sempre, mas desde 2009 cidadã orgulhosamente cuiabana e irremediavelmente apaixonada por Cuiabá.
2 comentários:
Só uma cidadã irremediavelmente apaixonada, vive, sente e homenageia desta forma, o pulsar da sua cidade. Parabens a si e a Cuiabá.
Encantada com o texto, uma grande declaração de amor! Parabéns a todos nós cidadãos que construimos dia a dia essa calorosa Cuiabá!
Cláudia C. Abreu
Postar um comentário